terça-feira, 23 de junho de 2009

Famílias Felizes se Parecem

Segue trailer oficial do curta-metragem Famílias Felizes se Parecem


Estreia
Data: 18 de Julho
Horários: 18h 18h30 e 19h
Local: Sala de Cinema Ulysses Geremia, no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho.
Endereço: Rua Luiz Antunes, 312 - Bairro Panazzolo – Caxias do Sul - RS

Entrada Franca

Abaixo dois wallpapers do filme. Clique para expandir.

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sábado, 20 de junho de 2009

Crítica: Tinha Que Ser Você

Direção e roteiro: Joel Hopkins
Elenco: Dustin Hoffman, Emma Thompson, Eileen Atkins, Kathy Baker, Liane Baladan, James Brolin.


Quando Mais Estranho Que a Ficção foi lançado um de seus principais problemas, além de Queen Latifah, era o de não colocar em uma mesma cena por tempo suficiente os atores Dustin Hoffman e Emma Thompson. Pois é com essa espécie de correção que surgiu Tinha Que Ser Você, drama romântico que pode não propor uma premissa fascinante e inventiva, mas que já agradaria por contar com dois excelentes intérpretes que em muitos outros projetos foram mal aproveitados.

Elevados à posição de protagonistas em um filme aparentemente feito sob medida para ambos, os atores são, infelizmente, um dos poucos acertos deste drama de Joel Hopkins. É uma pena perceber que um filme com notável potencial tenha sido mal desenvolvido, uma vez que seu diretor, se tivesse se limitado à simplicidade e compreendido os atores que tinha em mãos, assim como o texto, que ele próprio escreveu, teria criado um dos filmes mais agradáveis deste ano.

A tal última chance de Harvey, indicada no título original da produção, na realidade diz respeito a duas coisas. A primeira última chance, se assim pode-se dizer, faz menção ao seu trabalho como compositor de jingles para comerciais, e a necessidade de conseguir fechar negócio com uma grande empresa. A segunda última chance acontece quando o mesmo vai até Londres para o casamento de sua filha e, se sentindo cada vez pior por ser aparentemente ignorado por todos, conhece a encantadora Kate Walker, que divide o sobrenome com o Johnnie que Harvey pede ao garçom no momento em que os dois passam a se conhecer melhor em um restaurante.

O que se desenvolve no filme até este ponto é a realidade latente de seus protagonistas: ambos possuem problemas em relacionamentos, dos mais variados tipos. Kate, que tem uma estranha relação com sua mãe, se mostra sem graça e se esquiva até mesmo quando é cantada por um vizinho. Harvey, por sua vez, não é mais bem sucedido em suas investidas, no momento em que acaba ignorado quando tenta puxar conversa com uma estranha no seu vôo para Londres. Não é gratuitamente que, quando Kate e Harvey se cruzam pela primeira vez, o mesmo se desvencilha dela, que apenas gostaria de fazer algumas perguntas a ele, parte de sua profissão. Os dois sofrem por se perceberem constantemente sozinhos mesmo quando estão cercado por várias pessoas, e isso se constata no encontro às escuras de Kate, ou no jantar que acontece antecedendo o casamento da filha de Harvey.

Quando ambos se cruzam novamente tudo o que têm em comum é a insatisfação total com aquilo que os cercam: Kate não se deu bem em seu encontro e sua mãe continua a incomodar, enquanto Harvey foi despedido e acabou de descobrir que sua filha prefere que seu padrasto à leve até o altar no lugar do próprio pai. O que se segue a essa troca de lamentações é uma espécie de Antes do Amanhecer 30 anos depois, com dois personagens trocando suas experiências, desilusões e, obviamente, os flertes que os unem como casal enquanto o roteiro se desenvolve.

Mas o supracitado filme de Richard Linklater acerta no que Hopkins ousa ignorar, que é aceitar que a força para seu filme está no desenrolar da conexão e relação dos personagens e, obviamente, na interpretação de seus atores. Enquanto Linklater conseguiu sucesso até mesmo em terreno pouco confiável, ou seja, com uma sequência tão apreciável quanto o filme que a originou, Hopkins merece apenas ser culpado por não ter capacidade suficiente de desenvolver um drama sem o mergulhar em uma série de convencionalismos baratos do gênero, passando pelas subtramas descartáveis, caminhando por coadjuvantes inverossímeis e, por fim, cedendo a reviravoltas desnecessárias que em nada acrescentam em seu filme, a não ser à metragem do mesmo.

Tinha Que Ser Você, título oportunista e nada justificável recebido no Brasil pelo filme, é agraciado apenas pela capacidade incrível de Dustin Hoffman e Emma Thompson em desenvolver seus personagens de forma única e, quase que em totalidade, se sobreporem aos já mencionados erros de condução evidentes na produção. De qualquer forma, o filme têm seus méritos por dar espaço aos dois excelentes atores que, preenchendo a tela em quase toda a duração do longa, fazem com que o mesmo se torne, antes de tudo, tolerável.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Porta Curtas Petrobras

O Porta-Curtas Petrobras é um projeto que visa não apenas trazer os melhores curtas-metragens brasileiros para a internet, mas também formar um painel representativo da produção nacional de curtas em termos de décadas, técnicas, tendências e elencos.
O Porta-Curtas Petrobras é pioneiro na internet nacional, pois todos os curtas disponíveis são exibidos em sua forma original, sem cortes, e os direitos autorais dos criadores são sempre respeitados.
A principal diferença entre o Porta-Curtas e os demais sites que exibem filmes é que o objetivo principal do projeto é promover os curtas também através de outros sites, garantindo assim uma difusão mais ampla.
Webmasters, editores e blogueiros podem escolher filmes que sejam adições interessantes ao conteúdo de seus sites e receber um link que permite que o curta seja exibido a partir deles. A disponibilização de links para outros sites é um serviço automático e gratuito para todos.
Fonte: http://www.portacurtas.com.br/

Esta é mais uma iniciativa louvável da Petrobrás, uma das empresas que mais trabalham o fomento do cinema nacional. O site é um verdadeiro deleite aos cinéfilos. O blog The Tramps é um dos exibidores cadastrados no Porta Curtas Petrobrás e, a partir de agora, disponibilizaremos aqui alguns curtas-metragens que julgamos interessantes, desde os feitos por ilustres desconhecidos, até aqueles criados por cineastas de renome.


Amor!
Diretor: José Roberto Torero
Elenco: Elias Andreato, Guilherme Karam, Paulo César Peréio, Paulo José e Rosi Campos.
Ano: 1994
Duração: 14 min

Um divertido mas amargo panorama das muitas e diferentes visões que se pode ter deste sentimento que ocupa corações e mentes. Uma narrativa simples que conta com um excelente texto, o grande trunfo deste curta-metragem.


sexta-feira, 12 de junho de 2009

Short Cuts e o Tempo

O tempo realmente é muito relativo. Pense bem: quantas vezes você assistiu a um filme de menos de uma hora e meia de duração e este tempo parecia não acabar, dado o enfado que o filme te proporcionou? Se você tem alguma experiência desta, provavelmente também já viveu o contrário, ou seja, já viu um filme de metragem gigante, e que parecia ter se passado em pouco menos de uma hora e meia. Foi o que aconteceu comigo hoje quando assisti Short Cuts – Cenas da Vida, filme magnífico do diretor Robert Altman, que tem exatamente 188 minutos, tempo este que parece ter transcorrido num piscar de olhos, com o perdão do uso do clichê. Altman engendra uma narrativa consistente, poderosa, que deglute 22 protagonistas, e os vomita nas mais corriqueiras e banais circunstâncias, num cotidiano esmagador que, se prestarmos bem atenção, se parece muito com o nosso. Mas não é desta aproximação com o espectador que vive esta obra-prima de Altman.

O filme tem um roteiro primoroso, que alterna estas diversas histórias, aparentemente desconexas, com semelhante importância de enfoque, sem que uma se sobressaia especialmente. Na verdade, o filme também não tem uma história definida, sendo o mote uma soma de acontecimentos aparentemente aleatórios na vida destes personagens, amarrados de leve por uma praga de mosquitos que assola Los Angeles. Diferente de outros filmes que, posteriores a ele, fazem de tudo para estabelecer uma conexão clara e direta entre os personagens “desconectados”, fazendo com que justamente este elo seja o mote de suas histórias, Short Cuts – Cenas da Vida faz estas ligações da maneira mais orgânica possível, ao passo que expô-las não significa direcionar toda a narrativa para elas, mantendo o foco nos personagens, muito bem desenvolvidos, interpretados por um elenco maravilhoso. Filmes mais recentes, como os igualmente excelentes, Felicidade, do diretor Todd Solondz, e Magnólia de P.T. Anderson, bebem abertamente da fonte de inspiração que é esta obra de Altman, sendo com o segundo a associação mais óbvia, até por ele emular a espinha dorsal de Short Cuts – Cenas da Vida, utilizando, inclusive, o background que flerta com a religião e o acontecimento pontual e estranho que afeta à todos.

Não é sempre que se pode dizer que um filme de mais de três horas tenha “passado voando”, principalmente numa era como a nossa, em que, muitas vezes, narrativas pseudo-grandiloquentes escondem defeitos estruturais e a falta do, às vezes necessário, poder da síntese e apuro do essencial. Short Cuts – Cenas da Vida é um deste exemplares que não poderia ter um segundo a menos e, pela força com que nos apegamos a seus personagens, se tivesse alguns a mais, não reclamaríamos.

Ps.: A participação, neste filme, de Jack Lemmon, um de meus atores mais queridos, é algo de excepcional.