domingo, 28 de março de 2010

Resenha: "A Enseada"

Quebrando um hiato considerável em que não publiquei quaisquer resenhas nesse blog, venho através deste texto, que confesso ser mais emocional que analítico ou crítico, falar sobre o documentário The Cove, batizado no Brasil de A Enseada. Vencedor do Festival de Sundance, do Oscar e de vários outros prêmios importantes, A Enseada é, antes de ser um grande documentário, um retrato revoltante da ganância do homem e de sua agressividade contra a vida marinha, especificamente a dos cetáceos.

Louie Psihoyos, considerado um dos maiores fotógrafos da natureza em atividade, comanda este documentário que apresenta fatos chocantes que ocorrem na região de Taiji, no Japão, onde a captura e matança de golfinhos ocorre diariamente, com mais de 20 mil desses animais sendo brutalmente mortos por ano. Contando com uma imponente equipe de ativistas, que inclui um dos maiores protetores de golfinhos, Richard O'Barry, Psihoyos apresenta dados e imagens inacreditáveis, até então ignorados pela grande população mundial e, em especial, pelos próprios japoneses.

Ric O'Barry é o retrato da revolta e indignação, pelo que testemunha em Taiji e em cativeiros de golfinhos ao redor do mundo. Quando era treinador de golfinhos, O'Barry adestrava os animais que encarnavam o personagem Flipper, na série homônima, tão famosa nos anos 60. Ele se responsabiliza pela popularidade que os cetáceos atingiram nessa época e pelo interesse da população nos espaços que mantinham tais animais como atrações para entretenimento.

As táticas de Psihoyos, Ric O'Barry e equipe são invasivas e perigosas, mas perfeitas para apresentar o que ocorre em Taiji e os fatos que motivam tais acontecimentos. A demanda por golfinhos para serem adestrados e apresentados em parques aquáticos e aquários é uma delas, além da venda de carne de golfinhos - que é tóxica e rica em mercúrio.
O documentário insiste em apresentar as instituições que contribuem e colaboram para que Taiji seja o principal local onde a matança de golfinhos ocorra naturalmente, dando ênfase ainda na contribuição de outros países, interessados em recursos financeiros, para tal prática tão cruel.

Ao lado da Ocean Preservation Society, Psihoyos deve ser ovacionado por levar às telas e conseguir tamanha abrangência para um assunto que infelizmente acaba ignorado por grande parte da população mundial, principalmente pela que vive nas Américas, aparentemente tão distantes desses acontecimentos (a pesca de golfinhos é proibida por lei em nosso país, embora aconteça de qualquer forma, como se confere nessa matéria).

Enquanto muitos se divertem com os animais em parques como o Sea World, com os pobres cetáceos desenvolvendo úlceras e morrendo devido o grande estresse, uma indústria extremamente lucrativa se mantém em cidades como Taiji, que cresce com a pesca e exportação dos golfinhos, os vendendo por bagatelas de centenas de milhares de dólares.

A Sea Shepherd, sociedade mundial de proteção aos mares que possui sede no Brasil em Porto Alegre, faz um trabalho incrível para a preservação de animais marinhos como os golfinhos, e já havia apresentado o revoltante destino desses animais no Japão. Ao lado de Ric O'Barry, Psihoyos e outros ativistas, como a jovem atriz Hayden Panettiere (a Claire, da série Heroes), lutam para conseguir mudar a situação de Taiji, que reinicia em setembro o triste processo contra a natureza e a vida dos golfinhos.

A Enseada, por tanto, é muito mais que um relato simples e imparcial, tornando seus espectadores cientes de uma série de dados impressionantes sobre a matança desses animais tão inteligentes e dóceis. Para saber o que se pode fazer, basta acessar este site criado após o desenvolvimento do documentário ou o próprio portal da Sea Sheperd, que conta com uma série de informações relevantes e formas de colaboração para que a realidade apresentada no documentário seja temporária e mutável.


terça-feira, 23 de março de 2010

Ilha do Medo

Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Laeta Kalogridis, baseado no romance de Dennis Lehane
Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max von Sydow, Michelle Williams, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, Ted Levine, John Carroll Lynch, Elias Koteas, Robin Bartlett, Christopher Denham, Nellie Sciutto, Joseph Sikora

As tomadas iniciais de Ilha do Medo, mais novo filme de Martin Scorsese, já mostram que estamos diante de uma atmosfera que somente um mestre poderia criar. Dá impressão que fomos transportados para outra época, que estamos, de fato, na década de cinquenta vendo um filme recém lançado num daqueles cinemas clássicos. A música incisivamente conduz o suspense, as belas imagens inebriam, o clima da ilha do título é sombrio, misterioso, mas chama a atenção como a música é que faz com que fiquemos a espreita, aguardando algo. Bela utilização do recurso. Há normas em Shutter Island, não se pode isso, pode-se aquilo, os protocolos médicos passam por cima de ordens federais, dos “US Marshalls” tão intocáveis na hierarquia policial americana. A névoa dissipada na primeira cena, parece ainda turvar os olhos de Teddy, e os nossos também. Há algo de podre no reino da ilha na qual Scorsese ambienta a história baseada no livro de Dennis Lehane, e nós, espectadores, somos envoltos numa bruma que confunde, embaralha nossa percepção. A investigação do desaparecimento de uma prisioneira/paciente parece travada pela burocracia, mas principalmente por segredos que os administradores do presídio/manicômio parecem indispostos a revelar.

Chega um momento em que fica difícil, eu diria até mesmo quase impossível, distinguir o que é verdade, quem se vale da verdade. Teddy é um ser atormentado por traumas, por feridas que remetem a segunda grande guerra, os campos de concentração, a lembrança dos corpos empilhados que reduziam o humano a nada, a um amontoado de carne fétida exposta as variações do clima. A paranóia é dominante, Scorsese quase passa do ponto, o clima fica quase que insuportavelmente embaralhado, as intenções não são claras, quem era bom passa a ser suspeito e de quem se suspeitava, se suspeitará ainda mais. A história reflete bem, em certas partes, a paranóia americana da época contra os comunistas, e o medo que os estadunidenses tinham de experimentos e experiências mirabolantes, na busca da vantagem que os bolcheviques teriam num eventual combate bélico.

Martin Scorsese, que não fazia algo digno de tanta reverência havia algum tempo, mostra que ainda é grande, mostra que quando quer, ou quando se inspira, pode ainda produzir um filme que faça frente as suas mais célebres obras. O maior triunfo de Ilha do Medo é , além de ter uma técnica deslumbrante e trazer, mais uma vez, Leonardo DiCaprio preciso sob as rédeas de Scorsese, o de possuir uma atmosfera que dá à história característica primordial de constante descoberta, não para isso se apoiar em reviravoltas fáceis, mas construindo gradativamente o que se configura como transfiguração no encerramento. É um tipo de cinema raro este praticado em Ilha do Medo, um tipo que ficou meio perdido na cinematografia americana, caracterizado pelo classicismo da mise-en-scène, por interpretações fortes, pela arquitetura milimetricamente pensada e brilhante execução.

Um dos maiores êxitos comerciais de Martin Scorsese (prova de que há vida inteligente na audiência massiva, ou de que a maneira como o marketing do estúdio o vendeu, como um terror, foi eficiente?), Ilha do Medo é um exemplar atual de raro impacto, seja ele estilístico ou mesmo no que diz respeito ao jogo que propõe e às ligações com nossas astutas conjecturas de espectador. Uma conjugação de fatores faz deste filme um dos melhores de Scorsese em anos, e se Teddy encerra com uma dúbia, ou mesmo falsa, redenção, na verdade ele pode bem ser entendido como um Francis em cores, um personagem tão atormentado e complexo quanto aquele que narrou O Gabinete do Dr. Caligari, um dos maiores filmes do expressionismo alemão. Ilha do Medo é um mar de referências, envolto numa névoa criada por um gênio, e quando ela se dissipa só nos resta reverenciá-lo. Grande filme.


domingo, 21 de março de 2010

Depois de mais um tupiniquim

Olá, amigo-leitor.

Faz relativamente pouco que me interesso por literatura e tenho, nos últimos meses, que talvez formem juntos um ou dois anos, cobrado de mim a leitura de obras nacionais, tendo em mente a vasto e riquíssimo produto que o Brasil disponibiliza, nem sempre de maneira democrática como o é seu governo, em tese. Pois bem, nessa odisséia particular agora confessa, segue Depois do Último Trem, do gaúcho Josué Guimarães.

Em suas 142 páginas, em edição da L&PM datada de 2000, Depois do Último Trem aborda o retorno do jovem Eduardo à sua pequenina cidade natal interiorana, Abarama, submersa em breve devido à construção de uma barragem. O clima fatalista, também estrutura de Enquanto a Noite Não Chega, de mesmo autor, carrega seus personagens em uma viagem inapelável, sem desvios, como que guiada por trilhos, onde os passageiros, na medida em que a estrada é deixada para trás, desembarcam em estações diversas, unidos ou solitários.

O ponto mais interessante e o qual Josué Guimarães molda os acontecimentos essenciais da trama, gira na órbita da relação conturbada de Eduardo e seu tio Lucas, diabético e trabalhador da estação ferroviária da cidade. O protagonista é alheio a esse laço de sangue, e uma imensurável amargura entrelaçada a um profundo ressentimento, coordenam suas ações e reações perante o tio.

Indubitavelmente, é um grande livro. Desperta em mim a certeza de que não será o último nacional apreciado, já que um povo culturalmente educado é um povo que reconhece a própria cultura, contudo sem menosprezar a realizada fora de suas fronteiras.

sábado, 20 de março de 2010

Internet: Inimiga ou aliada?


A internet mudou o mundo, isto é fato. Hoje em dia todos têm alguma relação estreita com a web, e se não nos propuséssemos a tal, seríamos atropelados, pois a rede mundial dos computadores é uma teia invisível que se infiltrou de uma maneira tão decisiva nos vários procedimentos sociais, seja no trabalho ou mesmo nas questões de competência pessoal, que é impossível pensar na vida sem internet, suas facilidades e conveniências. Para os apreciadores de cinema, a internet também trouxe um salto quantitativo e qualitativo, seja nos conteúdos oferecidos e até na busca de filmes que não chegaram ou não chegariam às nossas salas de cinema ou mesmo mercado de home vídeo.

Sobre os conteúdos, com a proliferação da internet e o interesse, cada vez maior, das pessoas nas vantagens dela, o conteúdo disponibilizado na rede sobre cinema é variado, vasto e muito interessante. Teorias, reflexões, traduções de teses seminais, tudo está lá, disponível a quem quiser, bem diferente da dificuldade de acesso a este tipo de material, antes do advento da internet. Ou seja, a web pode sim ser fonte de estudos sobre cinema, de aprimoramento do pensar e do saber cinematográfico. A própria crítica cinematográfica tem se mostrado mais interessante na internet, longe das pressões e das pautas pré-determinadas dos veículos impressos que anteriormente dominavam a área. Informações, trailers, tudo converge para que sejamos - nós, os interessados pelo assunto - muito mais informados, alimentados de conteúdo, do que a geração pré-web. Há mudanças drásticas, e hoje uma revista mensal quase não consegue sobreviver, por conta da competição desleal com um meio de informação ilimitada e agilidade tão superior. Alia-se a isto, claro, o fato de as únicas remanescentes publicações impressas dedicadas exclusivamente ao cinema, não terem um conteúdo que se possa classificar de interessante, ou mesmo altamente relevante para compensar o investimento mensal, digo isto no Brasil, é claro.

Já o download de filmes corre solto, e é missão das mais simples encontrar aquele filme que se quer ver, com boa qualidade de vídeo e ótimas legendas em português. Existem fóruns específicos destinados a garimpagem e aglutinação de obras cinematográficas de difícil acesso, que nunca chegaram, ou chegarão, a ser lançadas no Brasil, e este me parece um dos grandes serviços que a internet presta para o cinéfilo: a democratização da audiência, já que de posse de um bom aparelho de DVD que leia os formatos digitais, não preciso mais me lamentar pela miopia das distribuidoras diante de determinados filmes, o esquecimento de obras importantes ou mesmo o fato de não ter TV à cabo para acompanhar aquele seriado que me interessa. Posso baixar tudo, assistir, ser mais livre para escapar da massificação que hoje tomou de assalto as salas de cinema. O digno de preocupação, é a utilização da internet como meio de baixar filmes de distribuição garantida no Brasil, desestruturando uma cadeia que me parece essencial para a continuidade do cinema como negócio, sendo assim também necessária à continuidade do cinema, pelo menos nos moldes como o conhecemos hoje. Baixar um filme que está no cinema ou que, mesmo que ele não chegue às telas de sua cidade, tenha lançamento garantido em DVD, me soa mais como imediatismo do que vontade de ver o filme, como se estar atualizado fosse mais importante. Já fiz muito disso, não nego, mas cheguei a conclusão de que é um pouco de falta de inteligência utilizar a internet para conseguir um filme de fácil acesso por outro meio, mais profissional, como o cinema e o DVD.

A internet é fantástica, e devo uma boa, senão a maior, parte do conhecimento que tenho sobre cinema, entre outros, à ela, às facilidades e pluralidades de conteúdo que ela me oferece, os filmes aos quais ela me permite contato. O que não acho esperto, agora mais claramente, é utilizar ela para burlar, para acelerar um contato, para ver antes aquilo que eu posso perfeitamente esperar, afinal de contas, o acervo de filmes existentes e disponíveis é considerável. Não quero com isso erguer a bandeira da moral, do que deve ou não ser feito, longe disso, afinal de contas cada um faz o que bem entender, e não sou eu quem vai colocar à prova a conduta alheia, só externo o que agora me parece certo. E tem outra: o cinéfilo, aquele que baixa um filme alternativo que em breve chegará ao cinema ou ao DVD, não estaria ele próprio contribuindo para que os cinemas, os lançamentos, sejam apenas redutos dos blockbusters, ao fazer minguar ainda mais o público dos alternativos? É um tema complexo, cheio de nuances e que, segundo meu ponto de vista, merece discussão, sem apontamentos definitivos ou algo que o valha, no intuito de ajudar a fazer da internet uma ferramenta de construção, não de desconstrução.

domingo, 14 de março de 2010

La envidia de los hermanos


No momento em que Pedro Almodóvar e Quentin Tarantino entregaram o Oscar de melhor filme estrangeiro ao argentino O Segredo dos Seus Olhos, de Juan José Campanella, me veio à cabeça um questionamento, que não deixa de ser uma comparação: porque o cinema brasileiro não ganha um Oscar? Não vou entrar no mérito da importância do prêmio, principalmente, pois alguns que lerão este texto não creem na importância do Brasil ser portador de tal láurea. Até porque, diz a história, que quando ganhamos a Palma de Ouro de Cannes, que eu considero o mais importante prêmio do cinema mundial, com O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, muitos questionaram, colocaram em xeque os méritos do filme, apoiaram, principalmente, os cinemanovistas que viam Anselmo e sua obra com ressalvas preconceituosas. Sendo assim, acredito que mesmo que ganhássemos todos os prêmios da temporada com algum filme, ainda assim algum espírito-de-porco se faria presente com sua voz bradando por “justiça”, contra o produto nacional. Não se trata aqui também de assumir uma postura nacionalista, fechando os olhos para nossas próprias fragilidades, mas de começar o pensamento por entender que tem gente que, não por maldade ou algo que o valha, não vê o cinema de seu país com bons olhos.

Dito isto, poderíamos ficar aqui tentando, numa comparação que mereceria um estudo bem mais aprofundado, entender o sucesso do cinema argentino, enquanto o Brasil busca uma identidade cinematográfica. Não é o Oscar de Campanella que traz à tona esta questão, mas a profusão significativa de bons, ótimos ou mesmo excelentes filmes argentinos lançados nos últimos anos, em comparação com o cinema verde-amarelo, que não sabe se vira televisão em tela gigante e som surrond ou se abraça a segmentação em guetos, cada vez mais diminutos, como faceta principal. Com a tristeza de um grande fã do cinema brasileiro como sou, preciso engrossar o coro e parabenizar a safra do cinema argentino, que em termos de diversidade, resposta comercial e política de formação de público, ganha do Brasil de goleada. É só a comparação que me chateia, afinal de contas queria ver todas as cinematografias latino-americanas fortes, cheias de talentos, de bons filmes, de filmes comerciais menos bestializantes, mas isto só parece ocorrer menos esporadicamente nas terras dos hermanos, já que no Brasil, infelizmente, dependemos de esparsos filmes dignos do cinema que fazíamos décadas atrás e de sua significância artística. A tristeza vem da inveja e, paradoxalmente, acompanhada da alegria de ter no cinema argentino uma espécie de voz latina, com filmes cada vez melhores, diretores sensíveis e gente que sabe contar histórias, das mais distintas maneiras. Nem tudo está perdido no Brasil, mas num país de dimensões continentais como o nosso, termos 10, quisá 20% de filmes bons e/ou artisticamente relevantes num ano é pouco, muito pouco.

Dica: Para quem, assim como eu, além de gostar do cinema brasileiro acredita que ele encontrará seu rumo, não deixe de acompanhar o blog O Palhaço, sobre as filmagens do segundo projeto de Selton Mello como diretor. A julgar pela estreia maravilhosa de Selton em Feliz Natal, pela premissa interessantíssima, e pelo fato de ele neste aqui dividir a cena com o grande Paulo José, podemos esperar que venha coisa muito boa por aí.

sábado, 13 de março de 2010

Oscar 2010 - Resultados de uma Festa Sonífera


O Oscar, a celebração do cinema americano, este ano da tão alardeada e chata, guerra entre os que já foram casados, do filme de orçamento minguado contra aquele que gastou milhões e que fez bilhões em bilheteria. Antes da entrega dos prêmios, o que mais chamava a atenção era a busca frenética da imprensa e mesmo de alguns pensadores do cinema, pela compreensão dos efeitos que a premiação poderia ter. Trataram mais de seis mil votantes como uma entidade única e confabulatória, teceram teses sobre a indústria, enfim, a cobertura do Oscar, especialmente este ano, me pareceu sensacionalista e vazia, tal qual a cerimônia, uma das mais desinteressantes dos últimos anos. Os discursos foram burocráticos, nem uma emoção digna de relevo, e os prêmios principais seguiram, quase todos, o que os analistas previam. O primeiro Oscar de Melhor Diretor para uma mulher veio, David venceu Golias, mas esta vitória de Guerra ao Terror me pareceu mais chancelada por uma crítica americana ávida por algo que definisse um conflito bélico de destaque nos EUA (então porque Redacted passou em brancas nuvens?), e acabou pintando num bom filme, um véu de obra de arte que ele não merecia.

Como em todos os anos, nós do The Tramps fizemos nossas listinhas, pegamos nossas pipocas e encaramos até pra lá das duas da manhã a festa modorrenta. Como de costume também, realizamos nossa aposta anual, que tinha sido vencida em seus três primeiros anos pelo Conrado, mas que este ano foi vencida por mim, Marcelo. Então até o próximo ano, no qual torceremos por uma festa menos sonolenta e pela premiação de filmes efetivamente relevantes (a primeira expectativa pode até ser cumprida, já a segunda...).

Abaixo os vídeos pré e pós Oscar (desculpem o som e a imagem, não é o ideal, mas é o que temos). Mais abaixo, a lista completa dos vencedores.

Antes da entrega do Oscar:




Após a entrega do Oscar:





Os vencedores do Oscar 2010

Melhor filme: "Guerra ao Terror"
Melhor direção: Kathryn Bigelow, “Guerra ao Terror”
Melhor atriz: Sandra Bullock, "Um Sonho Possível"
Melhor ator: Jeff Bridges, “Coração Louco”
Melhor filme estrangeiro: “O Segredo dos Seus Olhos” (Argentina)
Melhor edição (montagem): “Guerra ao Terror”
Melhor documentário: “The Cove”
Melhores efeitos visuais: “Avatar”
Melhor trilha sonora: “Up – Altas Aventuras”
Melhor cinematografia (fotografia): “Avatar”
Melhor mixagem de som: “Guerra ao Terror”
Melhor edição de som: “Guerra ao Terror”
Melhor figurino: “The Young Victoria”
Melhor direção de arte: “Avatar”
Melhor atriz coadjuvante: Mo’Nique, “Preciosa”
Melhor roteiro adaptado: “Preciosa”
Melhor maquiagem: “Star Trek”
Melhor curta-metragem: “The New Tenants”
Melhor documentário em curta-metragem “Music by Prudence”
Melhor curta-metragem de animação: “Logorama”
Melhor roteiro original: “Guerra ao Terror”
Melhor canção: “The Weary Kind”, de “Coração Louco"
Melhor animação: “Up – Altas Aventuras”
Melhor ator coadjuvante: Christoph Waltz, “Bastardos Inglórios”